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“Só quando a maré baixa é que você descobre quem estava nadando nu.”

Esta brilhante frase do mega investidor Warren Buffett, me inspirou a escrever este texto durante o cenário econômico em que estamos passando.

Quando a economia brasileira vai bem, por consequência toda sua massa empresarial caminha no mesmo ritmo. Nesta fase, a facilidade das empresas em obter lucros durante suas atividades são muito mais fácil e não precisa possuir nenhum grande administrador para alcançar bons números, pois com o mercado aquecido praticamente todas as empresas independente de setores caminham juntas, levando todo o grupo empresarial para o mesmo sentido, numa força que podemos denomina-la de inercia. Até mesmo as empresas que ainda não produzem nada, as chamadas pré-operacionais, são levadas para cima no mesmo barco desta força, jogando a cotação de suas ações a patamares elevadíssimos.

Podemos separar estas empresas em dois grupos, as boas e as ruins. E nesta inercia de bons resultados as empresas do segundo grupo são mascaradas pelos resultados das empresas do primeiro e também pelo momento favorável da economia.

O que difere as empresas do primeiro grupo (boas) com as do segundo (ruins) são suas administrações. É muito comum encontrarmos analistas qualificando setores como bons e ruins, dizendo que setor “x” é melhor que o setor “y” ao invés de qualificar as empresas. Pois na realidade não existe setor bom e setor ruim, existem empresas boas e empresas ruins. Uma empresa pode ser boa em um setor teoricamente taxado como desfavorável e outra empresa ser ruim em um setor que qualificam como muito favorável.

Partindo deste princípio, onde as empresas que determinam sua qualidade e não o setor de atuação, podemos dizer que as empresas que se enquadram no grupo das boas aproveitam o momento favorável do mercado para gerar bons lucros, fortalecendo caixa, estruturando governança e aumentando a solidez da companhia. E sempre com seus pensamentos voltados nos ciclos de vacas magras que muitos o chamam de “crise”.

Sim, grandes administradores se preocupam com este pequeno detalhe chamado “crise” e seria de muita prepotência dizer que eles nunca virão ou demorarão a chegar. A grande verdade é que empresas bem administradas estão sempre preparadas e blindadas para a chegada destes temidos eventos.

Alias, muito se estuda para tentar prever as próximas crises e vender todas suas ações e mais um pouco com a fantasia de antecipar o mercado antes que o pânico se alastre. Quando na verdade deveriam se preocupar em comprar ações de empresas que conseguem se destacar e manter lucros consistentes mesmo em períodos de crise. Essa ânsia em tentar prever o futuro é um dos principais fatores que levam as pessoas serem expulsas da bolsa perdendo todo seu patrimônio investido.

Em resumo, podemos classificar empresas bem administradas não somente as que conseguem lucrar em períodos bons da economia, mas principalmente aquelas que conseguem passar pelos períodos de crise mantendo sua solidez, transparência e até mesmo bons lucros.

Com toda essa informação, podemos dizer que ao contrario dos desesperados, os investidores Mente Rica adoram crises, pelo simples fato de que podem separar exatamente quem são as empresas que estão peladas durante os períodos de maré baixa, totalmente descobertas sem nenhuma proteção. E o melhor de tudo, comprar empresas boas, fortalecidas e blindadas por preços baixos, pois da mesma forma que a inercia funciona para alavancar as cotações de empresas ruins, ela também funciona para puxar para baixo os preços de empresas boas.

Essa ótima opção que a crise nos da de separar o joio do trigo, faz com que muitos investidores construam grandes riquezas, afinal, “só quando a maré baixa é que você descobre quem estava nadando nu.”

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