O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quarta-feira que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devolva o restante de recursos que deve à União, dentro de uma desestatização do mercado de crédito no país.

“Do BNDES, por exemplo, queremos o dinheiro da União de volta, queremos despedalar. Queremos os 500 e poucos bilhões (de reais) que foram dados. 300 já voltaram? Só faltam 200”, afirmou ele.

Em seu primeiro discurso no cargo, Guedes fez forte crítica a uma política que disse ser de direcionamento de crédito “para os amigos”, com “juros lá embaixo”, enquanto o segmento de crédito livre — em que as taxas são livremente definidas pelos bancos — segue com “juros lá em cima”.

Para Guedes, a prática expulsa investimentos privados e premia os rentistas, ao mesmo tempo em que aperta as condições de financiamento para a maior parte da população.

“BNDES encolhe um pouco seu balanço … e a vida fica um pouco mais difícil para quem vivia à sombra do Estado. E é isso que tem que ser. Nós vamos desestatizar o mercado de crédito”, afirmou, sendo aplaudido pela plateia.

O ministro disse que se houver oferta de crédito direcionado que seja para o microempreendedor. Mas ponderou também a necessidade de banco público para tanto, apontando que a forma tecnicamente correta de endereçar a questão é colocar o subsídio explicitado no orçamento da União ao mesmo tempo em que a competição bancária é aumentada “brutalmente”.

Em 2018, o BNDES concluiu a antecipação do pagamento de 130 bilhões de reais ao Tesouro. Desde 2015, a liquidação de dívidas com a União já soma 310 bilhões de reais. Os recursos foram emprestados ao BNDES durante os governos petistas para sustentar os programas de financiamento do banco de fomento.

Em relação à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil, Guedes afirmou que o time de indicados ao comando dos bancos está orientado à descoberta de valores dentro das instituições.

Presente no evento, o futuro presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse nesta quarta-feira que o banco estatal deve abrir o capital de pelo menos duas subsidiárias ainda em 2019. Ele também afirmou que a Caixa deve vender participação minoritária de subsidiárias que serão listadas na bolsa.

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