Oi divulgou mais um balanço negativo, mostrando prejuízo líquido de R$ 7,1 bilhões em 2016. Essa é uma leve alta frente os R$ 6,6 bilhões em 2015, embora chame a atenção o prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 3,3 bilhões somente neste quarto trimestre.

É um triste capítulo na história da empresa, que nasceu como a grande “campeã nacional” do setor de telecomunicações (por qual motivo o setor de telecomunicações precisava de um campeão nacional ninguém nunca soube me explicar direito), com a fusão da Telemar e da Brasil Telecom.

Mas ao invés de se criar uma empresa sadia, a Oi se tornou uma aberração nos últimos anos, o que levou a maior recuperação judicial da história. Cheia de “surpresas”, a empresa chegou a se envolver em um escândalo por conta da Portugal Telecom, grande acionista e que pretendia se fundir com a própria Oi.

Envolta em notícias ora boas e ora ruins, a Oi manteve um pagamento irreal de dividendos e viu sua ação derreter ao longo dos últimos anos. É uma bela demonstração de que empresas mal administradas podem falir, quebrar e dar um belo prejuízo para o investidor mais incauto – que investe pelo nome e não pelos fundamentos da companhia.

Muito dividendo, pouca gestão

A Oi certamente entrou na carteira de ações de muita gente por conta da gorda distribuição de dividendos nos últimos anos. Conforme a ação foi caindo e a distribuição de dinheiro aos acionistas se manteve a mesma, a ação vinha seu dividend yield (a relação de quanto a companhia paga em dividendos e o preço da ação) aumentar ainda mais.

Só que isso sinalizava algo ruim, não bom. Permita-me criar um termo para isso: estratégia unidimensional. Ao se encantar com os dividendos, os investidores esqueciam de todos os outros números que mostravam o que estava acontecendo com a Oi: dívida em patamares insustentáveis, patrimônio em queda, lucros menores.

Mesmo que você seja incentivado por alguns players do mercado para buscar uma estratégia de dividendos, isso tem que vir de empresas saudáveis, que estejam em boa forma.

Não existe fórmula mágica para enriquecer no mercado de ações. O que existe é muito esforço, trabalho e estudo. Horas na plataforma da PenseRico para poder achar empresas que tenham fundamentos bons. Mais e mais horas para estudar o que acontece com elas, ler balanços, entender como funcionam seus negócios.

Somente com muito estudo você vai encontrar a ação correta para comprar. E espero que que ela seja boa em muito mais do que um único requisito.

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