Estamos passando por uma época cheia de feriados nacionais, nos quais a bolsa brasileira (a Bovespa) fica completamente fechada. Contudo, a vida não para. Na verdade, nem mesmo as ações param. Mesmo com a bolsa fechada, muitas delas continuam subindo ou caindo. Mas como isso é possível?

Pela existência de uma coisa chamada ADR (American Depositary Receipts), negociados nas bolsas norte-americanas, principalmente na NYSE (New York Stock Exchange). Elas representam algumas das ações brasileiras mais negociadas por aqui, diretamente na bolsa de lá – para a comodidade do investidor estrangeiro e para aumentar a possibilidade de que as empresas brasileiras captem quantias mais expressivas.

Isso significa que as principais ações da bolsa nacional (pense em Vale, Petrobras, Itaú, Bradesco…) estão presentes por lá e continuam a subir e cair mesmo em dias que a bolsa nacional está fechada. E, muitas vezes, turbulências ocorridas aqui no Brasil acabam sendo refletidos por lá, primeiro. E a movimentação

Um exemplo prático: em 2012, Dilma Rousseff usou um feriado para anunciar uma canetada para baixar o preço da energia brasileira, jogando as principais ações de companhias elétricas para baixo, além das estatais. Com a bolsa fechada, ninguém aqui pode fazer nada, mas o investidor estrangeiro conseguiu vender suas ações antes – agravando uma queda que já era expressiva no começo do pregão.

A consequência é que a ação abriu no dia seguinte em forte queda, como já era de se esperar, refletindo a queda da ação lá no exterior. Assim, os ADRs podem ser uma excelente forma de descobrir o “humor” da bolsa quando ela fica fechada um dia.

O interessante é que um feriado lá fora, sobretudo nos Estados Unidos, afeta a bolsa brasileira também. Eles “enxugam a liquidez” da bolsa, abaixando fortemente o volume negociado aqui – já que os estrangeiros representam boa parte dos investidores que compram e vendem ações.

Há vida na bolsa em feriados, então, fique atento!

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