Neste post irei dar continuidade sobre o tema “influência política na bolsa”, como vimos é um assunto que move muito a bolsa brasileira. E dando continuidade sobre o assunto, vamos falar agora sobre a primeira marcação do gráfico abaixo:

IBOV

Em meados de agosto de 2014, uma tragédia ocorreu. O candidato a presidente Eduardo Campos faleceu com a queda do seu avião. O pregão já estava aberto, e esta noticia começou a sair na mídia de manhã, por volta das 12hs. O candidato estava em terceiro lugar na disputa, segundo as pesquisas, porém ele tinha bastante potencial de crescimento. Era pouco conhecido ainda, mas possuía uma boa aceitação. A sua vice era a conhecida Marina Silva.

Assistindo a série do Netflix Billions, um episódio me fez lembrar deste acidente (logicamente, guardando as devidas proporções). Aqui vai um pequeno spoiler, se não gosta deles, por favor pule este parágrafo na leitura. Na série, descobrem que o bilionário Axelrod ficou rico graças a tragédia do atentado terrorista ao World Trade Center. O escritório da sua empresa ficava situado na primeira torre que caiu, mas ele não estava lá na hora do atentado. Enquanto todos os seus sócios e funcionários morriam, ele viu e aproveitou a oportunidade, entrando vendido nas empresas aéreas. Com isso ficou bilionário, e deu início ao seu império.

Sem querer entrar no assunto moral de sua ação, quero chamar a atenção para a consequência dos fatos que se desencadearam. Assim como o atentado terrorista as torres gêmeas, a queda do avião do candidato a presidente Eduardo Campos desencadearam volatilidades na bolsa. A questão maior que fica aqui é como reagir a isso? Tirando a parte da tragédia pelas mortes, o foco deste post é analisar as reações do mercado sobre estes eventos.

Netflix

Eu lembro bem do dia da queda do avião do Campos, pois estava fazendo algumas operações na bolsa naquela manhã. Quando li a notícia pela primeira vez, e após alguns minutos pelo choque inicial, pensei da sequinte forma: esta notícia é negativa, pois agora a vice do Campos, a Marina Silva, deve assumir seu lugar, e é provável que suba nas pesquisas. Eu interpretei de forma negativa para a bolsa tal fato, por não concordar com as ideias da candidata Marina Silva, inclusive sempre que conversava com amigos, a chamava de Dilma 2.0. A Marina Silva já tinha participado de outras eleições, e ela sempre começa com um patamar alto nas pesquisas e depois vai perdendo folego. E nesta última eleição aconteceu o mesmo.

Mas tinha outro ponto, até o início da tarde, ainda não se tinha a confirmação se a Marina Silva estava no voo ou não. Voltando ao ponto crucial, o que ocorreu no IBOV foi uma forte volatilidade. Quando a mídia começou a noticiar o seu falecimento, o IBOV que estava em alta, começou a cair, chegando a uma queda superior a -2%. Naquele dia, o IBOV fechou em queda de -1,53%, com destaque para a queda da Petrobrás de quase -5%.

Porém, no dia seguinte, o mercado já estava digerindo melhor a notícia. E o que estava sendo ventilado era de que o nome da Marina Silva realmente iria ganhar destaque. E o IBOV nos pregões seguinte engrenou em alta, subindo mais de 10% até o final do mês de agosto.

Mas porque isso ocorreu? O mercado fez uma interpretação distinta do que tinha feito. Ao passo que também imaginaram que a campanha da Marina Silva iria ganhar destaque, para o mercado qualquer um seria melhor do que a Dilma, logo tivemos este período de alta na bolsa pós a tragédia com o Eduardo Campos.

Na sequência vou escrever sobre os períodos seguintes, que englobam a vitória da Dilma, e a escolha do Levy para seu ministro da Fazenda.

Leia agora o primeiro artigo sobre o assunto: Influência política na bolsa – Parte 1

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