A mineradora fundada por Eike Batista, MMX, ainda existe na Bovespa. E pasme, ela chegou a subir 48% nesta sexta-feira, seguindo a divulgação de seu plano de recuperação judicial. É uma alta impressionante, capaz de alegrar (e muito) quem comprou a ação ontem.

Mas isso significa que a ação está em alta novamente? É um bom investimento? Nem um pouco. Na verdade, é uma das coisas que o investidor potencial precisa ter mais cuidado. No auge, Eike Batista era um “vendedor de sonhos” muito talentoso. Uma década atrás, o Brasil começava a se apaixonar perdidamente por Eike.

Ele chegou a fazer bilhões na bolsa. Mas havia um grande “porém”, que deveria ter sido olhado com muito mais antecedência. Ele era um vendedor de sonhos, não de nada concreto. Sua mineradora pouco minerava, sua petrolífera não extraía uma gota de petróleo sequer e seus projetos de infraestrutura (energia e logística) ainda estavam na fase de construção.

Um dia, tudo isso caiu, destruindo o valor de todas as suas empresas. Muita gente perdeu um caminhão de dinheiro com as companhias X, de Eike. Gente que tinha aprendido com a aura de infalível. Eu até escrevi um livro a respeito.

Voltar a investir na MMX é voltar a investir em uma empresa vazia, sem produção que justifique seu preço. Pode ser lucrativo, pois a ação pode multiplicar seu valor nas próximas semanas. Ou pode ser uma grande perda de dinheiro, queimando quase tudo que você colocar nela. E é muito mais provável que seja o segundo caso, não o primeiro.

Isso se chama especulação. É uma forma até divertida de encarar a bolsa, mas não é a correta se você quiser ter ganhos constantes e replicáveis. Bolsa de valores existe para que você identifique boas empresas e invista nelas. Só assim a Bolsa não é um casino.

Investir na bolsa requer estudo. Requer passar horas e horas estudando balanços. Eu gosto de olhar ação por ação na plataforma da PenseRico para chegar a uma conclusão se aquela ação precisa ou não ser avaliada com mais afinco. É só assim você constrói uma carteira de ações vencedora. Não é com “sorte” nas suas especulações. Boa sorte.

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